Minhocultura e agricultura orgânica: qual a ligação?

As minhocas são responsáveis pela transformação dos resíduos orgânicos em uma forma mais estabilizada da matéria orgânica

A minhocultura, ou seja, o cultivo de espécimes de minhocas em cativeiro é uma atividade zootécnica que tem como processo básico a vermicompostagem.

Esse processo consiste na transformação dos resíduos orgânicos em uma forma mais estabilizada da matéria orgânica, resultante da ação das minhocas e da microflora que vive em seu trato digestivo, produzindo húmus que é a excreção das minhocas.

Nesse processo, ocorre também o aumento da população dos espécimes de minhoca, então, fica evidente que na criação de minhocas obtemos dois produtos finais, as minhocas e o húmus.

As minhocas podem ser utilizadas na alimentação animal tanto in natura como na forma de farinha. Aproximadamente, 75% da matéria seca das minhocas são compostos de proteína.

Já o húmus é um rico adubo orgânico que pode ser utilizado em todas as culturas. Viveirista, paisagistas e floricultores fazem o seu uso com frequência e são potenciais consumidores. Além disso, o húmus pode ser utilizado na fruticultura, cultivo de grãos, entre outros.

A minhocultura é uma atividade que também se integra com grande facilidade à agricultura orgânica. É justamente auxiliando o produtor rural a conseguir a tão sonhada sustentabilidade, que a criação de minhocas pode vir a participar da tecnologia de processo da produção orgânica.

Em uma propriedade que tem como atividade a criação de leite e a produção de hortaliças, o subproduto da bovinocultura de leite que é o esterco pode ser utilizado na alimentação das minhocas e nas hortaliças; o húmus produzido pelas minhocas pode ser utilizado na adubação das hortaliças e do pasto que serve como alimentos para os bovinos; o resto das verduras pode ser fornecido ao gado e também servir como substrato para a criação de minhocas.

Enfim, a agricultura pode e deve fazer uso do húmus na adubação das plantas e no condicionamento das características físicas, químicas e biológicas do solo.

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Por Daniela Guimarães.