Cresce mercado de queijos finos de búfala

No Brasil, o mercado de queijos finos de búfala tem crescido cerca de 30% ao ano

No Brasil, o mercado de queijos finos de búfala tem crescido cerca de 30% ao ano. As estimativas indicam que o aumento não para por aí, o que torna o investimento no produto bastante promissor. Em Bocaina, um dos maiores e mais tradicionais laticínios do país dobrou a produção de leite de búfala na última década. Atualmente, o seu rebanho bubalino produz 8 mil litros por dia (antes eram 5 mil litros). Do volume total de leite, são produzidos 13 tipos de queijo.

Segundo Mariana de Almeida Prado, responsável pela queijaria de queijos finos, o aumento da demanda estimula os investimentos e potencializa a produção. “O rebanho bubalino é constituído apenas de animais puros de origem da raça indiana Murrah”, completa a empresária. Embora a búfala produza menos leite que a vaca (búfala: até 20 litros/vaca: até 40 litros), o valor agregado do produto compensa a produção.

Uma das vantagens do leite de búfala é em relação à quantidade de sólidos, sem falar da alta taxa de proteínas e vitaminas A e B. Não podemos nos esquecer que ele também apresenta baixos níveis de colesterol. Todos esses aspectos tornam o leite de búfala ideal para a fabricação de diversos tipos de queijos finos, principalmente a muçarela de búfala, própria da Itália do século XVI.

Além das vantagens dessa rica e refinada matéria-prima, temos a facilidade de manejo do rebanho bubalino. Trata-se de um gado rústico, resistente e adaptável a diversas regiões do país. Quanto à alimentação, os búfalos aceitam facilmente uma maior variedade de capim, diferentemente de outros gados. “O Almeida Prado cria 600 cabeças de bubalinos, constituídas de búfalas em lactação, búfalas secas, bezerras, novilhas, matrizes e reprodutores”, afirma Mariana.

O gado é manejado no sistema de pastejo rotacionado, cujo capim apresenta excelente qualidade nutricional. A área é separada em 14 piquetes cultivados com capim Mombaça e aveia. Em relação à reprodução, a monta natural é descartada. O laticínio investiu na técnica de IATF - Inseminação Artificial em Tempo Fixo e na FIV - Fertilização in Vitro, com o objetivo de melhorar a genética do rebanho bubalino.

Para garantir a certificação das marcas de queijo produzido com 100% de leite de búfala, a ABCB - Associação dos Criadores de Búfalos, tem se empenhado energicamente para a obtenção do Selo de Pureza. Com isso, os queijos finos de búfala ganharão um diferencial competitivo no mercado, com alto valor agregado. Além disso, a certificação garantirá ao consumidor um produto autêntico e de procedência comprovada.

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Fonte: revistagloborural.globo.com