Agroindústria da mandioca reduz impacto ambiental com tecnologia

Agroindústria da mandioca reduz impacto ambiental com tecnologia. Além do gás natural veicular (GNV), é aproveitada a água rica nutrientes. Ela é utilizada como biofertilizante para adubar pastagens.

A agroindústria da mandioca tem transformado resíduos poluentes (manipueira) em energia e biofertilizante

Agroindústria da mandioca reduz impacto ambiental com tecnologia

A agroindústria da mandioca reduz o impacto ambiental significativamente, primando pela sustentabilidade e economia. No Brasil, algumas agroindústrias de produção de fécula de mandioca transformarão resíduos poluentes - como a manipueira, em energia (gás natural veicular) e biofertilizante (isso já é realidade no Paraná). Com isso, os riscos ao meio ambiente são reduzidos e a renda de muitas famílias é aumentada de forma bem expressiva.

Para extrair a fécula de mandioca, a raiz é moída em grandes trituradores. Da massa resultante desse processo, surge o amido. Para isso, a massa de mandioca deve ser lavada. Em seguida, o caldo da lavagem segue para um equipamento onde sofre desidratação e secagem até virar pó.

Além do grande volume de madeira queimada para aquecimento da água e dos secadores, um volume maior ainda de água é gasto desde a lavagem até a extração do amido. Em geral, são utilizados 1 milhão de litros de água/400 toneladas de mandioca por dia.

A massa residual serve como alimentação animal, mas a água com pó residual (manipueira) é extremamente poluente ao meio ambiente. Além de matéria orgânica da casca da mandioca e dos açúcares não convertidos em amido, há grande quantidade de cianeto (elemento altamente tóxico).

Em geral, para tratar a água residual, são utilizadas sequências de lagoas. Nelas, a parte sólida da manipueira sofre decantação (fundo das lagoas). Após a ação do sol e das bactérias do meio, os compostos orgânicos e tóxicos são degradados gradualmente.

Com a degradação, a água torna-se mais limpa e segue para outras lagoas, até atingir o grau de pureza exigido por legislação ambiental. No entanto, além do mal cheiro, esse processo libera gás metano na atmosfera (21 vezes mais poluente que o gás carbônico).

Como a manipueira libera grande energia (gases), pesquisadores encontraram uma forma de transformar uma das lagoas de tratamento em um colossal biodigestor. Ele é instalado na primeira lagoa de captação da manipueira bruta (coberta com plástico especial resistente).

A função do plástico é reter o gás formado pela manipueira durante a fermentação e decomposição da matéria orgânica. Em seguida, o gás (GNV) segue para a indústria através de uma tubulação subterrânea (e serve como combustível ao invés da queima de madeira).

Além do gás natural veicular (GNV), é aproveitada a água rica nutrientes. Ela é utilizada como biofertilizante para adubar pastagens. Em síntese, a agroindústria da mandioca encontrou uma maneira sustentável de produzir fécula de mandioca, com economia, integração e redução do impacto ambiental.

Por Andréa Oliveira.

Fonte: G1.

Andréa Oliveira 08-02-2016 Meio Ambiente

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